Grelha de Observação e Análise de uma imagem
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Nome da
analista (aluna)
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Fernanda
Maria Almeida Fonseca
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Data
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janeiro
2014
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Características da imagem
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Título/nome
da imagem
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Sem nome
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Tipo de
imagem
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Fotografia a cores (Fotojornalismo)
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Autor
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Kevin Carter
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Nacionalidade
do autor
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Sul-africano
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Data da produção
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11 de março de 1993
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Local de
publicação
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The
New York Times
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Data da
publicação
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26
de março de 1993
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Reconhecimento
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Prémio Pulitzer
de fotografia
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Contextualização
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Contextualização
histórica
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Em março de 1993, o
fotojornalista Kevin Carter fez uma viagem ao Sudão no continente africano.
Queria fazer uma fotorreportagem com as tropas rebeldes. Em vez disso, mal o
avião aterra e ele desembarca, depara-se com centenas de homens, mulheres e
crianças famintos a dirigir-se em direção a um campo de alimentação da ONU.
Depois de tirar dezenas de
fotos, afasta-se alguns metros em direção ao mato para fugir à visão de todas
aquelas pessoas famintas. De repente, um choramingo fraquinho atraiu Carter
até uma subnutrida criança sudanesa. Ela arrastava-se em direção a um campo
de alimentação montado pelas Nações Unidas. Exausta, parou. Imóvel, tentava
descansar um pouco. Parecia à beira da morte.
O que seria apenas mais uma
entre as muitas dezenas de fotos que já tirara naquele dia, transformou-se
numa imagem memorável quando um abutre surge e ocupa o mesmo enquadramento.
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Apreciação/Análise
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Análise
descritiva geral
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Nesta fotografia vê-se num primeiro plano uma criança
debilitada prostrada no chão e num segundo plano um abutre a olhar para a
criança num cenário agreste de seca, calor e pobreza.
Ao fundo vêem-se três arranjos de palha que
parecem ter o formato de “casas”.
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Análise
descritiva pormenorizada /análise simbólica (Método iconológico)
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Uma
criança visivelmente desnutrida vergando-se sobre a terra, esgotada
pela fome, prestes a morrer;
Simboliza: Fome, guerra, subdesenvolvimento, pobreza,
África;
Um abutre oportunista que
parecia esperar pacientemente por um banquete, com a morte iminente da criança.
Simboliza: lei da vida, subsistência, natureza.
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Decifração
da mensagem da imagem (Método Estruturalista)
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Esta imagem cumpre uma função social. É uma
denúncia visual da catástrofe socioeconómica vivenciada em África (neste caso
particular no Sudão).
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Apreciação
emocional e estética
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Olhando para esta imagem o
sentimento primeiro que me assiste é de profundo constrangimento, dor e
choque perante o horror da fome em África.
Como mãe sinto uma grande
nostalgia e tristeza ao ver o sofrimento de todos, mas muito em particular
das crianças.
Quando olho de novo penso
sempre nos desperdícios de alguns, perante a carência de outros. Contradições
da sociedade mundial…em 1993, mas também e ainda em 2014!!!!
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Apreciação
visual
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É uma imagem triste, com
tons amarelecidos, reportando-nos para a infelicidade nela demonstrada.
Sobressai o negro da criança e o negro do abutre.
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Mensagem
do jornal associada à imagem
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«O símbolo da fome e do horror em África».
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Impacto
da imagem
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O impacto da foto foi tremendo. No próprio dia da
sua publicação, praticamente durante a noite toda centenas de pessoas
contataram o jornal para perguntar se a criança tinha sobrevivido, levando o
jornal a emitir uma nota especial dizendo que a criança tinha força
suficiente para fugir do abutre, mas que o seu destino final era
desconhecido.
Por muitos anos, a foto
de Carter foi utilizada para sensibilizar as pessoas quanto ao tema da
fome na África.
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Apreciação
emocional e estética
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Olhando para esta imagem o
sentimento primeiro que me assiste é de profundo constrangimento, dor e
choque perante o horror da fome em África. Como mãe sinto um sofrimento
muito grande ao ver o sofrimento de todos mas muito em particular das
crianças.
Quando olho de novo penso
sempre nos desperdicios de alguns perante a carência de outros. Contradições
da sociedade mundial…em 1993, mas também em 2014!!!!
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Apreciação
visual
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É uma imagem triste, com
tons amarelecidos, reportando-nos para a infelicidade nela demonstrada.
Sobressai o negro da criança e o negro do abutre.
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Criticas
à imagem
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O jornal St. Petersburg Times, da Flórida, disse sobre Carter: "O homem ajustando suas lentes para capturar o enquadramento exato
daquele sofrimento poderia muito bem ser um predador, um outro urubu na cena
A filha de Carter, Megan, tem uma visão muito
diferente da fotografia premiada: Eu vejo a criança em sofrimento como o
meu pai. E o resto do mundo é o abutre.
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Consequências
da imagem
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Dois meses depois de reber
o prémio, amargurado e castigado pela culpa, psiquicamente instável, viciado
em drogas e destroçado pela morte de um dos seus amigos íntimos do Bang-Bang
Club, Kevin Carter suicidou-se aos 33 anos e deixou esta nota de
despedida: Estou deprimido, sem
telefone, sem dinheiro para o aluguel, sem dinheiro para ajudar as crianças,
sem dinheiro para as dívidas… Dinheiro! Sou perseguido pela viva lembrança de
assassinatos, cadáveres, raiva e dor; pelas crianças feridas ou famintas;
pelos homens malucos com o dedo no gatilho, muitas vezes policiais,
carrascos… Se eu tiver sorte, vou me juntar ao Ken.
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Referências
Argan, G. &
Fagiolo, M. (1994). Guia de História da Arte. Lisboa:
Editorial Estampa.
FUNCH, Bjarne (2000). Tipos de apreciação artística e sua aplicação na educação de museu.
In: Educação estética e artística: abordagens transdisciplinares. Lisboa:
Fundação Calouste Gulbenkian.
Joly, Martine. (1994). Introdução à Análise da Imagem,
Lisboa, Ed. 70.
http://charlezine.com.br/foto-matou-kevin-carter/ acedido em 28 janeiro de 2014
http://www.bitaites.org/fotografia/as-varias-mortes-de-kevin-carter acedido em 29 de janeiro
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