quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Estilos de Uso do Espaço Virtual

                    Os estilos são como conclusões sobre a forma como as pessoas agem e são úteis para classificar e analisar comportamentos (Alonso et al, 1994).

Os estilos de aprendizagem não são uma metodologia, não são o mesmo que inteligências múltiplas, não são uma teoria psicológica.

Alonso e Galego (2002) com base nos estudos de Keefe (1998) definem estilos de aprendizagem como traços cognitivos, afetivos e fisiológicos, que servem como indicadores relativamente estáveis de como os alunos percebem, interagem e respondem a seus ambientes de aprendizagem.

                

Estilos de Aprendizagem segundo Alonso e Galego (2002)
 
Ativo
Reflexivo
Teórico
Pragmático
Descrição
Valoriza dados da experiência; mente aberta;
entusiasma-se com tarefas novas e é muito ágil.
Atualiza dados, observa,
estuda,  reflete e analisa.
É lógico, estabelece teorias, princípios, modelos;
 Procura  a estrutura, analisa e sintetiza.
Aplica a ideia e faz experiências;
não gostam de teorias.
 
Características principais
 
Animador
Improvisador
Descobridor
Arrojado
Espontâneo
Ponderado
Consciente
Recetivo
Analítico
Exaustivo
Metódico
Lógico
Objetivo
Critico
Estruturado
Experimentador
Prático
Direto
Eficaz
Realista
 

 
Segundo Barros (2009) os estilos de aprendizagem não são mais do que maneiras pessoais de processar a informação, os sentimentos e comportamentos em situações de aprendizagem.
 
Será o exemplo abaixo um estilo de aprendizagem?


 
A aprendizagem no espaço virtual envolve uma série de elementos que passam pelo conceito e pelas características do virtual: o tempo e o espaço, a informação, a interatividade, a capacidade de adaptação, a facilidade de acesso ao conhecimento e a linguagem audiovisual interativa digital, como forma de ambiência de uso da tecnologia.

De acordo com Daniela Barros (2009), sobre como se aprende utilizando os recursos do mundo das tecnologias e quais as características e os referenciais que influenciam diretamente no processo de ensino e aprendizagem, existem quatro estilos distintos de uso:

- Uso participativo no espaço virtual: considera a participação como elemento central, no qual o indivíduo deve ter a ambiência do espaço.

- Procura e pesquisa no espaço virtual: o elemento central para a aprendizagem é a necessidade de fazer pesquisa on-line bem como procurar informações de todos os tipos e formatos.

- Estruturação e planeamento no espaço virtual: sente a necessidade de desenvolver atividades que valorizem as aplicações para elaborar conteúdos e atividades de planeamento. Essas atividades devem basear-se em teorias e fundamentos sobre o que está sendo desenvolvido.

- Ação concreta e produção no espaço virtual: tem a necessidade de realização dos serviços on-line e de rapidez na realização desse processo.
 
           Comparando-se os estilos de aprendizagem e os estilos de uso do espaço virtual percebe-se que eles se interrelacionam e que os resultados da pesquisa desenvolvida por Barros (2009) demonstraram que ambos tendenciam ao estilo reflexivo. Contudo o perfil do usuário do espaço virtual é alguém que age rapidamente, planifica bem, tem objetivos bem definidos, é participativo, pesquisador, organizado, gere bem a informação selecionando facilmente a que mais lhe interessa e é muito produtivo, mostrando assim que possui características do estilo reflexivo mas também de todos os outros estilos.

A valorização dos estilos de aprendizagem no virtual pode ser um fator determinante das práticas de ensino e aprendizagem, considerando que as possibilidades de interfaces em conjunto com as diversas linguagens e com a ampliação das metodologias, podem atender as preferências dos estilos de aprendizagem discente no virtual e constituírem “um desenvolvedor de todos os elementos de cada estilo”( Barros, 2009)

Sendo assim o processo de ensino/aprendizagem no virtual deve proporcionar um guia didático de planeamento, com objetivos bem definidos, com a orientação das fontes e dos aplicativos a serem utilizados, garantindo a liberdade para a criação e produção pessoal e o trabalho organizado com metas de produtividade.

A procura em otimizar as práticas educativas com a utilização das TIC no processo de ensino e aprendizagem, tendo em conta os estilos de aprendizagem dos estudantes, deve caminhar no sentido possibilitar novas formas de aquisição do conhecimento e do desenvolvimento de competências e capacidades nos alunos, de acordo com o que a sociedade atual exige.


Referências:

Barros; D. M. V. ( 2011)  Estilos de Aprendizagem e o uso das Tecnologias.

Barros, D. (2009). Estilos de uso do espaço virtual: como se aprende e se ensina no virtual. Inter-Ação 34 (1): 51-74, jan./jun. 2009. Rev. Fac. Educ. UFG.
 

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O impacto que a utilização dos LMS podem ter na mudança do paradigma pedagógico


“O mundo em permanente transformação, veloz e universal em que vivemos, designado na literatura por Sociedade do Conhecimento preconiza a existência de uma nova geração de indivíduos capazes de lidar com a inovação, a flexibilidade, a globalização e a constante atualização de saberes”
Clara Coutinho
 
Segundo Moreira & Monteiro (2010, p. 82) a criação de espaços e de comunidades virtuais de aprendizagem, leva à promoção e reforço das interações professor/estudantes e estudantes/estudantes, na partilha de conhecimentos e nas estratégias de trabalho cooperativo (…) que estimulem os estudantes a processar a informação autonomamente e de forma significativa.
Neste novo caminho o papel do professor altera-se. Passa-se na abordagem convencional / clássica do ensino/ do Magíster dixit para uma abordagem? um professor construtivista, um “tutor da aprendizagem”, um professor guia, facilitador da aprendizagem, um orientador, que dá pistas e ajuda na seleção da informação, que incentiva e aceita a autonomia, a iniciativa, o diálogo, a discussão, a resolução de problemas, a procura de soluções e respostas e o assumir de responsabilidades.

Promove no aluno a pesquisa, a recolha, a seleção, a reflexão e a partilha de recursos levando ao desenvolvimento do espírito crítico, da criatividade, da participação proactiva e da interatividade.
Mas para isso o professor tem de ser autónomo e criativo o que só conseguirá se tiver tido uma formação sólida que lhe tenha permitido adquirir/desenvolver competências tecnológicas.

A instituição escolar também terá de ser diferente, já não tem o monopólio da transmissão de saberes, não tem a mesma autoridade e respeitabilidade; deve investir na valorização social do professor; não chega investir nos equipamentos, tem de investir na formação dos professores sensibilizando-os para o seu novo papel, para a necessidade da integração das TIC na sala de aula –TECNOLOGIA- sem descurar a PEDAGOGIA.
O E-learning e a abordagem híbrida, o B- learning, permitem a criação de ambientes virtuais de aprendizagem suportados pela tecnologia cujo objetivo principal é a “criação de conhecimentos sem os constrangimentos de espaço ” (Moreira et al 2010, p.83), recorrendo a metodologias de autoaprendizagem colaborativa, motivadora e flexível com a integração de conteúdos dinâmicos e interativos e diferentes recursos didáticos dos quais saliento os recursos visuais, a pedagogia pela imagem, quer imagens móveis (excertos de filmes, documentários,…) quer imagens fixas (fotos, pinturas, esculturas,…) despertando a curiosidade e sustentando o interesse do estudante.

 O sucesso da utilização do B-learning em contexto educativo depende não só de condições tecnológicas e sociais mas também e fundamentalmente de condições pedagógicas (…) no entanto (…) a renovação constante da pedagogia implica uma alteração cultural muito grande (Monteiro et al , 2012, p. 54).
A adesão aos LMS é pacífica, é fácil, … a compreensão deste paradigma de aprendizagem e das suas potencialidades é que exige FORMAÇÃO para que não se caia no uso destas plataformas como meros repositórios de informação a oferecer material didático e atividades online.

O Moodle será um exemplo dos LMS já que possui muitas ferramentas pedagógicas tais como fóruns, chats, diários, questionários,… que estimulam a participação dos estudantes proporcionando momentos de aprendizagem significativas; “se os fóruns forem convenientemente dinamizados e forem do interesse do estudante, é possível criar vínculos maiores (…) o docente tem que avaliar os fóruns que promove, avaliar o grupo e as discussões, de modo a que possa acompanhar e redirecionar o estudante” (Monteiro et al , 2012, p. 14).

 REFERÊNCIAS:
Monteiro, A., Moreira, J. A., Almeida, A. C. & Lencastre, J.A. (Orgs.) (2012). Blended learning em Contexto Educativo: Perspectivas Teóricas e Práticas de Investigação. Santo Tirso: Defacto Editores.
Moreira, J. A. M. & Monteiro, A. A. (2010). O trabalho pedagógico em cenários presenciais e virtuais no ensino superior. Educação, Formação & Tecnologias, 3(2), 82-94. [Online], disponível a partir de http://eft.educom.pt.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Metodologia TPACK

O bom ensino não é a simples adição de tecnologia ao ensino já existente.
O Conhecimento Tecnológico Pedagógico de Conteúdo (TPACK) é uma metodologia para entender e descrever os tipos de conhecimentos necessários a um professor para a prática pedagógica efetiva num ambiente de aprendizagem equipado com tecnologia.

A metodologia TPACK argumenta que uma integração efetiva da tecnologia para ensinar um conteúdo ou assunto específico requer entendimento e negociação entre os três seguintes componentes: Tecnologia, Pedagogia e Conteúdo como se pode observar no diagrama seguinte:

TPACK 

 
Esta metodologia salienta as complexas relações que existem entre o conhecimento das áreas de conteúdo, pedagogia e tecnologia e pode ser uma estrutura organizacional útil para definir o que os professores precisam de saber para integrar a tecnologia às suas práticas de maneira efetiva (Archambault & Crippen, 2009).
A formação dos professores em tecnologia por si só não será suficiente se o professor não estiver predisposto ou não souber, usar as novas ferramentas TIC num contexto relacional e transacional entre os três componentes sugeridos pela estrutura do TPACK.
Um professor capaz de negociar essas relações possui uma competência diferente, mais ampla que o conhecimento de um especialista de uma disciplina ou que um especialista em tecnologia ou que um especialista em ensino.

Tratando-se de um quadro exigente, esta metodologia, está a tornar-se mais popular como um método de organização para programas de desenvolvimento profissional, tecnológico e educacional para professores e será, quiçá,  a ideal para os "apetrechar" de forma a poderem integrar a tecnologia nas suas práticas educativas.

Referências

Archambault, L., & Crippen, K. (2009). Examining TPACK among K-12 online distance educators in the United States. Contemporary Issues in Technology and Teacher Education, 9(1), 71-88.


 

As TIC em Contexto Educativo

A palavra tecnologia tem origem grega (do grego techne — "técnica, arte, ofício" e logia — "estudo"), é um termo que envolve o conhecimento técnico e científico e a aplicação deste conhecimento através de sua transformação no uso de ferramentas, processos e materiais criados e/ou utilizados a partir de tal conhecimento.
A expansão tecnológica tem suscitado modificações sociais, políticas, económicas e culturais, inserindo no âmbito educacional o uso de recursos digitais que contribuem para novas reflexões sobre a práxis pedagógica e o aprimoramento do processo de ensino-aprendizagem.
A comunicação por meio digital “é propiciadora de desenvolvimento pois permite a partilha e a expansão do conhecimento entre pessoas “ (Candeias et al 2008, p. 143) que formam como que uma rede suportada pela tecnologia desenvolvendo uma inteligência coletiva.

A escola, como instituição voltada para a formação do cidadão e como ambiente facilitador do conhecimento, deve ao utilizar as TIC promover nos alunos a autonomização para a construção e partilha do conhecimento, a sensibilização para a necessidade da aprendizagem ao longo da vida e o domínio dos instrumentos tecnológicos diminuindo a iliteracia informática.

Para que isto dê frutos é necessária a formação dos professores (Miranda,2007.p.48) “(…) uma sólida formação técnica e pedagógica dos professores bem como o seu empenhamento são determinantes”, de forma a atingir a literacia tecnológica, que terá de ter uma atualização permanente, pois o professor terá de ser o mediador, o guia, o conselheiro e ao mesmo tempo o desafiador estando sempre presente para acompanhar os alunos na procura, seleção e análise crítica da informação.
O professor é instigado a inovar, a criar estratégias, adotando estas tecnologias como suporte da prática pedagógica abdicando de paradigmas, nos quais sempre se apoiou, rompendo com conceções obsoletas, podendo então encorajar-se na aplicação das TIC. O aprimoramento da prática pedagógica por meio de recursos tecnológicos, exige dedicação do professor, aumentando-se as horas de trabalho e a procura de materiais inovadores, com a finalidade de organizar e planear aulas mais atrativas e criativas.

A utilização das TIC na aprendizagem impõe uma mudança no professor e no seu papel mas implica também uma mudança no aluno. Assim este deixa a passividade e passa a ser um elemento ativo na aquisição dos conhecimentos e no desenvolvimento das suas competências. O aluno tem de ser mais participativo e colaborativo, construtor do seu conhecimento, com capacidade de autorreflexão de forma a sentir-se (co) responsabilizado no seu próprio processo de aprendizagem.
Estarão os alunos preparados/motivados, na sociedade atual, para assumirem esse papel?

Como estratégias facilitadoras da aprendizagem no contexto das TIC sugiro duas:

- Ferramentas como os blogs, facilitam a interação professor-aluno, melhoram a relação pedagógica dos intervenientes e permitem a publicação de trabalhos que os alunos desenvolvem em sala de aula, expondo-os à crítica da comunidade escolar, e o professor ao criar o seu próprio blog pode expor aos alunos, textos e factos interessantes que gerem discussão e que tenham relação direta e/ou indireta com a disciplina, (Pereira, p. 8) “ o blog potencia e eleva a escrita (…) constituindo uma ferramenta de construção de uma inteligência coletiva”.

- Como professora de Biologia e Geologia e fazendo justiça ao ditado antigo que “uma imagem vale mais que mil palavras” muitos dos processos, fenómenos, reações, etc., quer biológicas quer geológicas são mais facilmente compreendidas, apreendidas e explicadas se acompanhadas de uma boa visualização de filmes, animações multimédia, simulações de experiências, documentários, que as TIC proporcionam. Parece simples, mas por experiência própria, saliento que facilita a aquisição e principalmente a compreensão do conhecimento científico.

Referências Bibliográficas
Candeias, Maria Isabel & SILVA, João Álvaro. A nossa sala de aula já é maior que o planeta Terra! – Revista Educação, Formação e Tecnologias, vol. 1 (1), Maio 2008.

Cruz, Manual de ferramentas da Web 2.0 para Professores, pp. 15-50. FCT – Universidade do Minho
 
Miranda, Guilhermina Lobato. Limites e possibilidades das TIC na educação . Físico, Revista de Ciências da Educação, 03, pp. 41-50
Pereira, Alda. Aprendizagem e Tecnologias. Universidade Aberta.

Telefónica, Fundação. Educação no século XXI – Novos modos de aprender e ensinar, vol. 1

PACHECO, José. TIC’s e Educação YouTube. (2008). Acedido em  https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=Y3VFIfjc_X8

domingo, 27 de outubro de 2013

PORTEFÓLIOS DIGITAIS



Este blogue foi criado para ser um portefólio digital e vai constituir um instrumento de aprendizagem pois vai conter os documentos que selecionarei e as reflexões que farei ao longo do tempo a que ele se reportará. Ao mesmo tempo o portefólio vai ser sujeito a avaliação e a classificação na  UC no âmbito da qual surgiu.
Aqui está uma pequena parte de um texto que encontrei nas minhas pesquisas que gostaria de partilhar:
A raiz da palavra portefólio vem das palavras italianas “portare”, que significa “levar”, e “foglio”, que significa “papel” ou “folha” (KEMP e TOPEROFF, 1998, p. 5). Um portfólio é um conjunto sistemático de trabalhos que pode evidenciar o progresso e o perfil das habilidades de um aluno ao longo do tempo (O´MALLEY e VALDEZ PIERCE, 1996, p.5; KEMP e TOPEROFF, 1998, p. 2; SISTÊLOS, 1999, p. 63; QUEBEC, 2002, p. 11).
O portefólio eletrónico, como definido por BARRETT (2000, p. 1), é o uso de tecnologia que possibilita ao aluno coletar e organizar os artefactos em vários formatos. BARRETT (2005, p. 5) esclarece que o portfólio eletrónico usa tecnologias eletrónicas como recipiente dos trabalhos, permitindo ao aluno colecionar e organizar artefactos de vários tipos de média como áudio, vídeo, gráfico e texto, usando links de hipertexto para organizar o material, conectando a evidência aos objetivos pessoais ou aos padrões da escola ou instituição. Este estilo de portfólio parece uma página de Internet, pessoal e individualizada (TOSH e WERDMULLER, 2004).

O uso de portefólios para avaliar o desempenho do aluno começou no final da década de 1980, principalmente em universidades norte-americanas (BARRETT, 2005, p.2). Em 2000, um novo modelo de portfólio, com base em tecnologias eletrónicas, foi proposto por BARRETT (2000). Atualmente, este modelo de portfólio é usado em vários países, dentre os quais Canadá, França, Suíça, Bélgica (QUEBEC, 2002, p.9), Estados Unidos da América, México, e no Brasil, em Educação à Distância (PRADO, 2002).