segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O impacto que a utilização dos LMS podem ter na mudança do paradigma pedagógico


“O mundo em permanente transformação, veloz e universal em que vivemos, designado na literatura por Sociedade do Conhecimento preconiza a existência de uma nova geração de indivíduos capazes de lidar com a inovação, a flexibilidade, a globalização e a constante atualização de saberes”
Clara Coutinho
 
Segundo Moreira & Monteiro (2010, p. 82) a criação de espaços e de comunidades virtuais de aprendizagem, leva à promoção e reforço das interações professor/estudantes e estudantes/estudantes, na partilha de conhecimentos e nas estratégias de trabalho cooperativo (…) que estimulem os estudantes a processar a informação autonomamente e de forma significativa.
Neste novo caminho o papel do professor altera-se. Passa-se na abordagem convencional / clássica do ensino/ do Magíster dixit para uma abordagem? um professor construtivista, um “tutor da aprendizagem”, um professor guia, facilitador da aprendizagem, um orientador, que dá pistas e ajuda na seleção da informação, que incentiva e aceita a autonomia, a iniciativa, o diálogo, a discussão, a resolução de problemas, a procura de soluções e respostas e o assumir de responsabilidades.

Promove no aluno a pesquisa, a recolha, a seleção, a reflexão e a partilha de recursos levando ao desenvolvimento do espírito crítico, da criatividade, da participação proactiva e da interatividade.
Mas para isso o professor tem de ser autónomo e criativo o que só conseguirá se tiver tido uma formação sólida que lhe tenha permitido adquirir/desenvolver competências tecnológicas.

A instituição escolar também terá de ser diferente, já não tem o monopólio da transmissão de saberes, não tem a mesma autoridade e respeitabilidade; deve investir na valorização social do professor; não chega investir nos equipamentos, tem de investir na formação dos professores sensibilizando-os para o seu novo papel, para a necessidade da integração das TIC na sala de aula –TECNOLOGIA- sem descurar a PEDAGOGIA.
O E-learning e a abordagem híbrida, o B- learning, permitem a criação de ambientes virtuais de aprendizagem suportados pela tecnologia cujo objetivo principal é a “criação de conhecimentos sem os constrangimentos de espaço ” (Moreira et al 2010, p.83), recorrendo a metodologias de autoaprendizagem colaborativa, motivadora e flexível com a integração de conteúdos dinâmicos e interativos e diferentes recursos didáticos dos quais saliento os recursos visuais, a pedagogia pela imagem, quer imagens móveis (excertos de filmes, documentários,…) quer imagens fixas (fotos, pinturas, esculturas,…) despertando a curiosidade e sustentando o interesse do estudante.

 O sucesso da utilização do B-learning em contexto educativo depende não só de condições tecnológicas e sociais mas também e fundamentalmente de condições pedagógicas (…) no entanto (…) a renovação constante da pedagogia implica uma alteração cultural muito grande (Monteiro et al , 2012, p. 54).
A adesão aos LMS é pacífica, é fácil, … a compreensão deste paradigma de aprendizagem e das suas potencialidades é que exige FORMAÇÃO para que não se caia no uso destas plataformas como meros repositórios de informação a oferecer material didático e atividades online.

O Moodle será um exemplo dos LMS já que possui muitas ferramentas pedagógicas tais como fóruns, chats, diários, questionários,… que estimulam a participação dos estudantes proporcionando momentos de aprendizagem significativas; “se os fóruns forem convenientemente dinamizados e forem do interesse do estudante, é possível criar vínculos maiores (…) o docente tem que avaliar os fóruns que promove, avaliar o grupo e as discussões, de modo a que possa acompanhar e redirecionar o estudante” (Monteiro et al , 2012, p. 14).

 REFERÊNCIAS:
Monteiro, A., Moreira, J. A., Almeida, A. C. & Lencastre, J.A. (Orgs.) (2012). Blended learning em Contexto Educativo: Perspectivas Teóricas e Práticas de Investigação. Santo Tirso: Defacto Editores.
Moreira, J. A. M. & Monteiro, A. A. (2010). O trabalho pedagógico em cenários presenciais e virtuais no ensino superior. Educação, Formação & Tecnologias, 3(2), 82-94. [Online], disponível a partir de http://eft.educom.pt.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Metodologia TPACK

O bom ensino não é a simples adição de tecnologia ao ensino já existente.
O Conhecimento Tecnológico Pedagógico de Conteúdo (TPACK) é uma metodologia para entender e descrever os tipos de conhecimentos necessários a um professor para a prática pedagógica efetiva num ambiente de aprendizagem equipado com tecnologia.

A metodologia TPACK argumenta que uma integração efetiva da tecnologia para ensinar um conteúdo ou assunto específico requer entendimento e negociação entre os três seguintes componentes: Tecnologia, Pedagogia e Conteúdo como se pode observar no diagrama seguinte:

TPACK 

 
Esta metodologia salienta as complexas relações que existem entre o conhecimento das áreas de conteúdo, pedagogia e tecnologia e pode ser uma estrutura organizacional útil para definir o que os professores precisam de saber para integrar a tecnologia às suas práticas de maneira efetiva (Archambault & Crippen, 2009).
A formação dos professores em tecnologia por si só não será suficiente se o professor não estiver predisposto ou não souber, usar as novas ferramentas TIC num contexto relacional e transacional entre os três componentes sugeridos pela estrutura do TPACK.
Um professor capaz de negociar essas relações possui uma competência diferente, mais ampla que o conhecimento de um especialista de uma disciplina ou que um especialista em tecnologia ou que um especialista em ensino.

Tratando-se de um quadro exigente, esta metodologia, está a tornar-se mais popular como um método de organização para programas de desenvolvimento profissional, tecnológico e educacional para professores e será, quiçá,  a ideal para os "apetrechar" de forma a poderem integrar a tecnologia nas suas práticas educativas.

Referências

Archambault, L., & Crippen, K. (2009). Examining TPACK among K-12 online distance educators in the United States. Contemporary Issues in Technology and Teacher Education, 9(1), 71-88.


 

As TIC em Contexto Educativo

A palavra tecnologia tem origem grega (do grego techne — "técnica, arte, ofício" e logia — "estudo"), é um termo que envolve o conhecimento técnico e científico e a aplicação deste conhecimento através de sua transformação no uso de ferramentas, processos e materiais criados e/ou utilizados a partir de tal conhecimento.
A expansão tecnológica tem suscitado modificações sociais, políticas, económicas e culturais, inserindo no âmbito educacional o uso de recursos digitais que contribuem para novas reflexões sobre a práxis pedagógica e o aprimoramento do processo de ensino-aprendizagem.
A comunicação por meio digital “é propiciadora de desenvolvimento pois permite a partilha e a expansão do conhecimento entre pessoas “ (Candeias et al 2008, p. 143) que formam como que uma rede suportada pela tecnologia desenvolvendo uma inteligência coletiva.

A escola, como instituição voltada para a formação do cidadão e como ambiente facilitador do conhecimento, deve ao utilizar as TIC promover nos alunos a autonomização para a construção e partilha do conhecimento, a sensibilização para a necessidade da aprendizagem ao longo da vida e o domínio dos instrumentos tecnológicos diminuindo a iliteracia informática.

Para que isto dê frutos é necessária a formação dos professores (Miranda,2007.p.48) “(…) uma sólida formação técnica e pedagógica dos professores bem como o seu empenhamento são determinantes”, de forma a atingir a literacia tecnológica, que terá de ter uma atualização permanente, pois o professor terá de ser o mediador, o guia, o conselheiro e ao mesmo tempo o desafiador estando sempre presente para acompanhar os alunos na procura, seleção e análise crítica da informação.
O professor é instigado a inovar, a criar estratégias, adotando estas tecnologias como suporte da prática pedagógica abdicando de paradigmas, nos quais sempre se apoiou, rompendo com conceções obsoletas, podendo então encorajar-se na aplicação das TIC. O aprimoramento da prática pedagógica por meio de recursos tecnológicos, exige dedicação do professor, aumentando-se as horas de trabalho e a procura de materiais inovadores, com a finalidade de organizar e planear aulas mais atrativas e criativas.

A utilização das TIC na aprendizagem impõe uma mudança no professor e no seu papel mas implica também uma mudança no aluno. Assim este deixa a passividade e passa a ser um elemento ativo na aquisição dos conhecimentos e no desenvolvimento das suas competências. O aluno tem de ser mais participativo e colaborativo, construtor do seu conhecimento, com capacidade de autorreflexão de forma a sentir-se (co) responsabilizado no seu próprio processo de aprendizagem.
Estarão os alunos preparados/motivados, na sociedade atual, para assumirem esse papel?

Como estratégias facilitadoras da aprendizagem no contexto das TIC sugiro duas:

- Ferramentas como os blogs, facilitam a interação professor-aluno, melhoram a relação pedagógica dos intervenientes e permitem a publicação de trabalhos que os alunos desenvolvem em sala de aula, expondo-os à crítica da comunidade escolar, e o professor ao criar o seu próprio blog pode expor aos alunos, textos e factos interessantes que gerem discussão e que tenham relação direta e/ou indireta com a disciplina, (Pereira, p. 8) “ o blog potencia e eleva a escrita (…) constituindo uma ferramenta de construção de uma inteligência coletiva”.

- Como professora de Biologia e Geologia e fazendo justiça ao ditado antigo que “uma imagem vale mais que mil palavras” muitos dos processos, fenómenos, reações, etc., quer biológicas quer geológicas são mais facilmente compreendidas, apreendidas e explicadas se acompanhadas de uma boa visualização de filmes, animações multimédia, simulações de experiências, documentários, que as TIC proporcionam. Parece simples, mas por experiência própria, saliento que facilita a aquisição e principalmente a compreensão do conhecimento científico.

Referências Bibliográficas
Candeias, Maria Isabel & SILVA, João Álvaro. A nossa sala de aula já é maior que o planeta Terra! – Revista Educação, Formação e Tecnologias, vol. 1 (1), Maio 2008.

Cruz, Manual de ferramentas da Web 2.0 para Professores, pp. 15-50. FCT – Universidade do Minho
 
Miranda, Guilhermina Lobato. Limites e possibilidades das TIC na educação . Físico, Revista de Ciências da Educação, 03, pp. 41-50
Pereira, Alda. Aprendizagem e Tecnologias. Universidade Aberta.

Telefónica, Fundação. Educação no século XXI – Novos modos de aprender e ensinar, vol. 1

PACHECO, José. TIC’s e Educação YouTube. (2008). Acedido em  https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=Y3VFIfjc_X8